Além de questionar a existência da siderúrgica e da refinaria do Ceará, o tucano disse que Cid não atraiu grandes indústrias. Em valores proporcionais, Tasso obteve melhor desempenho na geração de empregos
O senador Tasso Jereissati (PSDB) nem está na disputa pelo Governo do Estado, mas aproveitou os palanques do fim de semana para disparar críticas contra a atual gestão do Palácio Iracema. O tucano escolheu como alvo alguns dos pontos mais explorados positivamente na propaganda do governador Cid Gomes (PSB): os projetos da siderúrgica e da refinaria e a geração de emprego e renda.
No dia seguinte, o senador voltou a falar sobre o assunto durante entrevista coletiva no município de Canindé – distante 120 quilômetros da Capital –, quando acusou o atual Governo de “enganar o povo do Ceará” e repetiu que “tudo está parado no Ceará”.
Ao falar mal da gestão cidista, Tasso fez referência ao debate na TV O POVO, com os participantes da disputa pelo topo do Executivo, realizado no último dia 22. Naquela ocasião, o candidato do PSDB, Marcos Cals, reclamou da suposta “falta de indústrias” no Ceará – em resposta à comparação que Cid fez acerca da geração de empregos no atual Governo e durante a última administração de Tasso (1999 a 2002).O atual governador questionou o tucano afirmando que o Ceará criou mais postos de trabalho nos últimos quatro anos do que na época de Tasso. Cals rebateu os dados.
Conforme O POVO publicou na última quarta-feira, as contas do governador até estavam certas.
Entretanto, em comparação com o Brasil e o Nordeste, o Ceará esteve em melhor situação no Governo Tasso.
O POVO consultou os dados disponíveis no Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) e verificou que as 71,5 mil vagas de trabalho criadas de 1999 a 2002 no Ceará correspondem a 3,93% da taxa de geração de empregos no Brasil, àquela época. Já as 183,6 mil vagas criadas no mandato de Cid até julho deste ano equivalem a 3,21% do total nacional.
Em 1999, ano de crise financeira internacional, o Ceará foi um dos dois únicos estados do Nordeste – o outro foi a Bahia – a conseguir gerar emprego, num momento em que o País registrou déficit de 196 mil vagas.
Quando se compara os números do Ceará com os da região, também se observa que, até agora, o governo Tasso obteve melhor desempenho proporcional. A participação do Estado no crescimento do Nordeste foi de 26,21%. Com Cid, o Ceará terminou o mês de julho deste ano com uma taxa de participação calculada em 23,27%.A administração do ex-governador Lúcio Alcântara (PR) alcançou resultados proporcionalmente mais modestos. Embora tenha superado Tasso Jereissati em números brutos, Lúcio não conseguiu ultrapassar os 3% de participação cearense na taxa brasileira.
NÚMEROS
3,9%
PARTICIPAÇÃO DO CEARÁ NA TAXA DE CRESCIMENTO DE EMPREGOS DO BRASIL, NO ÚLTIMO GOVERNO TASSO3,2%
PARTICIPAÇÃO DO CEARÁ NA TAXA NACIONAL, AO LONGO DO GOVERNO CID
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