segunda-feira, 31 de maio de 2010

Turismo precisa olhar além da praia e dos negócios

O potencial turístico do Ceará tende a crescer nos próximos anos, com a atração de resorts em praias e a possibilidade do turismo de negócios. No entanto, há um alerta de especialistas para o turismo cultural e o ecoturismo - setores ainda pouco explorados para a atração de visitantes no Estado.

Em estudo apresentado pela Secretaria do Turismo do Estado (Setur), no primeiro quadrimestre de 2010, a demanda para o Ceará & por meio de Fortaleza - foi de 912.180 turistas, 13,5% superior em relação ao mesmo período de 2009. A demanda hoteleira chegou a 480.201, mostrando um crescimento de 13,6%, comparado a igual período do ano passado.

Airton Saboya, gerente do Escritório Técnico de Estudos Econômicos do Nordeste (Etene), acredita que com a inauguração do Centro de Feiras e Eventos, em Fortaleza, abre-se a possibilidade de se atrair o turismo de negócio e de eventos. ``Muda um pouco o perfil de turismo apenas de praias. Vamos começar a atrair um turista de negócios, altamente qualificado, com impactos, inclusive nos serviços``.

Já a inclusão de Fortaleza entre as sedes para a Copa do Mundo de Futebol em 2014, vai colocar o Ceará no mapa do turismo internacional, segundo Saboya. Está prometido para o evento um investimento na ordem de R$ 9,2 bilhões. Os gastos serão para obras de infraestrutura, incluindo o estádio Castelão, escolhido para representar a capital cearense e que deve custar R$ 400 milhões.

Outra vocação importante do Ceará está no turismo religioso, com os municípios de Juazeiro do Norte e Canindé. Durante o ano, os municípios chegam a receber, cada, cerca de 2,5 milhões de pessoas, conforme os dados oficiais do Estado.

Advertências
No entanto, para o economista Ricardo Pamplona, a natureza privilegiada do Ceará, no litoral, serra e sertão, é excelente pré-condição para o desenvolvimento do ecoturismo, programas pontuais de educação ambiental patrimonial. ``O tal acquário é um equipamento deja vu, além de caríssimo, não se constituindo numa grande atração, e oferecendo um conteúdo estático, certamente terá um alto custo para atrair novos usuários``, disse ele, com relação ao equipamento de R$ 250 milhões a ser construído em Fortaleza pelo Governo do Estado.

Pamplona, que tem pós-graduação em Turismo Cultural pela Universidade de Barcelona, avalia que, embora não tenhamos um rico patrimônio cultural, nosso potencial no setor não é desprezível. ``Porém, seguimos com sérios problemas de gestão``.
(Fonte: O POVO)

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