Policiais acusados pela morte do bandido "mel" são absolvidos em Júri Popular

Foram absolvidos a pedido do Ministério Público, os policiais Militares Tenente Coronel Carlos Alberto Loiola Lopes (Coronel Loiola) ex-comandante do Quarto Batalhão de Polícia Militar em Canindé, Luciano Parente de Moraes, (sub-tenente Parente), José Gomes de Oliveira, (cabo Oliveira) e o Luis Sidney Cunha Araújo, (soldado Sidney), denunciados pela promotora Sandra Pinheiro no processo nº 1380-07.8.06.005/0 sob acusação da morte do bandido mais procurado do Estado do Ceará, Ednaldo Evangelista da Cunha, o Mel com 21 anos na época. Completaria no dia 26 de abril. Foram 15 meses de caçada, cerca de 450 dias. Mel foi assassinado em confronto com a polícia no dia 28 de março, de 2007 na localidade de Ipiranga a 12 quilômetros da sede de Canindé, bem próximo ao maior açude da cidade o Sousa.No dia do confronto o assaltante e latrocida apontado com um exímio atirador e matador de policiais, estava armado com uma pistola Glock, de fabricação austríaca 9 milímetros, com capacidade de disparar 18 tiros. A arma pertencia à Polícia Federal e havia sido roubada por Mel no ano de 2006, quando ele assaltou um delegado da Polícia Federal, quando este saia de um culto evangélico.De acordo com depoimentos de policiais que participaram da caçada sob o comando do tenente-coronel Carlos Alberto Loiola no dia da ação, Mel reagiu a ordem de prisão e sacou da pistola e disparou. Houve confronto e no final o bandido que havia prometido não se entregar vivo a polícia tombou morto perto da casa de seu pai. Mel foi atingido com três tiros: um na perna, outro na coluna e o terceiro na cabeça. O que pode apurar a nossa reportagem no dia 28 de março de 2007, Ednaldo Evangelista da Cunha havia saído para tomar banho no açude do Sousa. ‘’Quando ele voltava para casa, nós o cercamos e gritamos que era a polícia. Ele sacou da arma e começou a atirar contra nossa equipe. Revidamos e ele foi atingido’’, disse no dia o tenente-coronel Loiola.Mel tombou morto por volta das 19horas, mas logo a notícia se espalhou e, em pouco tempo, uma multidão seguiu da cidade de Canindé até a Fazenda Ipiranga. O Delegado na época Dr. Marcos Sandro Nazaré de Lira, solicitou a presença da Perícia e determinou que o cadáver do bandido fosse levado para o necrotério do Hospital Regional São Francisco, já que, na época não existia Instituto Médico Legal na cidade. Mel era procurado desde dezembro de 2005, quando foi resgatado de uma delegacia, em Maracanaú. Depois tornou - se assassino de policiais. Executou três PM´S e um inspetor da Polícia Civil. Atacou ônibus, roubou carros, invadiu a 2ª Delegacia da Polícia Rodoviária Federal com sede em Canindé, na BR-20. Matou ainda um aposentado, um caminhoneiro e um mecânico.O processo de 320 páginas foi presidido pelo juiz Dr. Antônio Josimar Almeida Alves e teve como promotor de acusação Dr. David Marques de Oliveira. Funcionaram como advogados de defesa Elano Feijó Damasceno, Francisco Tarcisio Forte e Herbert Reis. No final o tenente-coronel Loiola disse que o resultado era o esperado pelos policiais, pois a ação foi realizada em defesa da sociedade, colocando em risco a própria vida. Mesmo com um público bastante reduzido na sala do júri, policiais militares do FTA – Força Tática de Ação estiveram presentes durante todo o julgamento. O advogado Francisco Tarcisio Leite falou que a decisão do Ministério Público fez justiça, porque todos os acusados agiram em defesa da vida, não só deles, mas da própria população de Canindé que vivia sob medo do bandido mel. Familiares do bandido Ednaldo Evangelista da Cunha o Mel que fizeram as denuncias contra os policiais não compareceram ao julgamento. Por isso, o Promotor de Justiça do caso pediu dispensa das três testemunhas. Prestaram depoimentos em favor dos policiais, três das quatro testemunhas arroladas.

(Fonte: Blog 540 - Reportagem: Antonio Carlos Alves)