quinta-feira, 12 de agosto de 2010

Justiça libera nove presos na operação Mão Dupla

Três membros da cúpula do Dnit foram liberados pela Justiça por meio de liminares. Outras seis pessoas envolvidas na operação Mão Dupla também foram soltas

Nove liminares expedidas ontem à noite pelo desembargador presidente do Tribunal Regional Federal da 5ª Região (TRF-5), Luiz Alberto Gurgel, liberaram três membros da cúpula do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes no Ceará (Dnit-CE) e outras seis pessoas presas na última quinta-feira, 5, na Operação “Mão Dupla” da Polícia Federal.

Dentre os liberados, está o superintendente afastado do órgão, Joaquim Guedes Martins Neto, um chefe do serviço de Engenharia do Departamento e um engenheiro-chefe de escritório do Dnit no Interior do Estado.

Os nove estavam detidos na sede da PF há seis dias. Com isto, o total de encarcerados caiu para 13. Além dos três, a decisão do TRF liberou ainda o proprietário de uma empresa prestadora de serviços ao Dnit, uma servidora do órgão, uma mulher supostamente envolvida no esquema de desvio de verba e um empresário.

O TRF expediu as liminares após os advogados dos acusados darem entrada em pedidos de habeas corpus. “A continuidade dessa prisão era inteiramente desnecessária. Ele prestou depoimento na quinta-feira mesmo e, desde então, ficou aqui sem fazer absolutamente nada”, disse o representante de Guedes Neto, advogado Hélio Leitão.

Ele e outros quatro juristas aguardavam, até às 23 horas, pela liberação dos clientes no hall de entrada da PF. À imprensa, a Polícia Federal não se pronunciou oficialmente. Segundo os advogados, a demora na soltura ocorreu devido a “trâmites burocráticos”. Os documentos chegaram à PF via fax e, para entrarem em vigor, precisavam do aval da delegada presidente do inquérito, Andrea Karine da Rocha.

E-Mais

O advogado Hélio Leitão disse que Guedes Neto não pode ser responsabilizado pelo suposto crime de desvio de verba. “A responsabilidade criminal depende da participação da pessoa. Só o fato de ser superintendente não o incrimina. Ele está tomado de sentimento de injustiça”, argumentou.

Ao saírem da PF, os nove liberados devem ir ao Instituto Médico Legal serem submetidos a exame de corpo de delito. Contudo, os advogados solicitaram a apresentação de declarações que comprovasse a não prática de maus tratos nas celas da Polícia.

Ontem, a Polícia Federal ainda colhia depoimentos de quem estava prestes a ser liberado.

(Fonte: O POVO)

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