Os jornais britânicos “The Guardian” e “Financial Times” afirmam em seus editoriais que a presidente eleita Dilma Rousseff (PT) terá um governo mais difícil do que Lula e que a decepção diante da administração da nova presidente será inevitável.

“Inevitavelmente, ela (Dilma) decepcionará. Após dois mandatos, Lula tem o status de uma entidade divina no país”, afirma o “The Guardian” em editorial.

O jornal destaca ações de combate a pobreza do governo Lula e afirma que Dilma é uma “tecnocrata” conhecida por um “estilo rápido e direto”. Na opinião da publicação britânica, a petista vai assumir o país em condições diferentes de Lula e a preocupação fica por conta das articulações políticas e não das adminitrativas.

“A bajulação e a sedução não são seu melhor papel, apesar de chegar ao poder com maiorias nas duas casas do Congresso”, diz o jornal.

O “The Guardian” ainda afirma que a manutenção do desempenho economico brasileiro será um dos maiores desafios da nova presidente e que Dilma precisará combater problemas difíceis como o sistema tributário, a dívida pública e os reajustes salariais e de aposentadorias que, segundo o jornal, Lula “mostrou pouco desejo de reformar”.

O “Financial Times” segue a mesma linha e prevê anos “mais difíceis” durante o governo Dilma.

Apesar do discurso de continuidade entre Lula e Dilma, o jornal chama atenção para as diferentes personalidades o que poderia dificultar a política externa. “Uma coisa é Lula abraçar o presidente do Irã em nome da ‘paz e do amor’. Outra coisa seria a ‘dura’ Dilma tentar fazer o mesmo e sair incólume”, diz o FT.

Para o jornal, Lula usou seu carisma e “sua capacidade para praguejar contra algo de manhã e elogiar à tarde” para sair ileso de escândalos de corrupção em seu governo e para manter a base de apoio.”O Brasil sem Lula pode ser tornar mais turbulento e menos popular”, alerta o jornal.

(Com informações de Agências e do Jangadeiro OnLine)