sexta-feira, 18 de setembro de 2009

90% dos empregos gerados no Ceará paga salário mínimo

Apesar do crescimento médio anual de 5,7% no nível de empregos no Ceará, registrado entre 1998 a 2008, com aumento de 46 mil vagas/ano, culminando em 1,1 milhão de postos de trabalho no ano passado, cerca de 90% dos novos trabalhadores cearenses não recebem mais do que um salário mínimo por mês. Os dados foram apresentados ontem, em um estudo do Sistema Nacional de Empregos (Sine) e Instituto de Desenvolvimento do Trabalho (IDT).
De 2004 a 2008, dos 176,9 mil empregos gerados, 159,3 mil tinham como remuneração até um salário mínimo. Nas faixas acima de um salário e meio, os resultados são negativos, e apontam decréscimo de 22,5 mil empregos, em igual período. “O que acontece é que estão havendo aberturas de vagas, mas há também rebaixamento salarial. Os que entram ganham menos que os que saem”, explicou o diretor de Estudos e Pesquisas do IDT, Mardônio de Oliveira Costa.
Segundo o diretor do IDT, Mancabira Junior, o problema dos baixos salários é uma questão nacional. “Temos que ter cautela porque é uma média que às vezes não retrata a realidade. Alguns salários são muito altos e outros baixos, mas estamos vivendo um momento histórico no Ceará”, disse.

Achatamento
Ainda segundo Mancabira, a hora é boa para investimentos e o presidente Lula tem participação importante neste crescimento. “Foi o primeiro governante republicano que desenvolveu o Nordeste”, acredita e disse que o valor dos salários da Região cresceu mais do que a média nacional, nos últimos anos.

Mas para o coordenador de pesquisas do Dieese de Fortaleza, Ediran Teixeira, o problema dos baixos salários é pior aqui no Estado. “Existe uma cultura de se pagar pouco, mesmo em época de desenvolvimento econômico. Os benefícios do crescimento não são repassados para os trabalhadores que perdem com isso”, declarou e afirmou que ocorre um achatamento salarial. “O maior salário está cada dia se aproximando do menor. O mínimo teve ganho, mas ainda não serve como expediente de transferência de renda”, afirmou.

A média de salário no Estado, contando com a RMF, é de R$ 545,18 para os homens e R$ 513,88 para as mulheres. O ganho real ficou em 24,35% na média, de 2004 a 2008, 24% para o sexo masculino e 26% para o feminino 26%.

EMPREGOS GERADOS DE 2004 A 2008 NO CE

FORTALEZA 108.482
Maracanaú 6.516
Eusébio 6.383
J. Norte 6.015
Horizonte 4.342
Sobral 4.087
Russas 3.220
Aquiraz 2.906
Ocara 2.538
Limoeiro Norte 2.309
Caucaia 2.219
Iguatu 2.096
Quixadá 1.387
Itapipoca 1.130
Barbalha 902
Pentecoste 847
Paraipaba 814
Ubajara 747
Itapajé 745
Baturité 727
Paracuru 684
Jaguaruana 588
Tianguá 572
Quixeramobim 521
São Benedito 422
Acarape 361
Morada Nova 324
Irauçuba 254
Ipu 198
Guaramiranga 189
Barreira 156
Varjota 142
Boa Viagem 123

Fonte: Elaboração Própria do Autor Baseada em MTE/CAGED 2004 -2008.

(O POVO)

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