segunda-feira, 17 de abril de 2017

Poeta Canindeense morre no final de semana e recebe homenagem na Bienal do Livro


O poeta popular José Maria Gonzaga Vieira, também conhecido como Gonzaga de Canindé, faleceu no último domingo (16), em Canindé. Conforme a família, o cordelista sofria de uma úlcera no estômago e de sintomas de chikungunya, mas sem confirmação da doença. Destaque na literatura de cordel cearense, seu último lançamento, um folheto sobre Allan Kardec, aconteceu no último sábado (16), durante a XII Bienal Internacional do Livro do Ceará. Ele não chegou a se apresentar no evento, devido aos problemas de saúde.

Para homenagear o poeta, um dos espaços temáticos da Bienal, a Praça do Cordel, contou com homenagens ao escritor, às 17h. Em seu perfil no Facebook, o poeta e radialista Arievaldo Viana falou sobre sua relação com o amigo. “€œMeu parceiro em diversas atividades artísticas. Entre 1981 e 82 fizemos mais de 15 cordéis em parceria, num caderno que veio a extraviar-se sem ser publicado”.

José Maria Gonzaga Vieira, nasceu em Canindé no dia 20 de setembro de 1946. Autodidata, militou na imprensa escrita e falada. Pertenceu a Associação de Arte e Cultura de Canindé. Foi correspondente de vários grêmios culturais de Fortaleza (CE), Natal (RN), Campina Grande (PB) e Brasília (DF). Escreveu quase duas dezenas de folhetos rimados, com destaque para “A história de Aparecida”€ e “€œA menina perdida nas matas do Amazonas”€. Participou do projeto “€œAcorda Cordel na Sala de Aula”€, criado pelo poeta Arievaldo Viana e implantado em Canindé, em parceria com a Secretaria de Educação do Município.

Começou escrevendo folhetos de oito páginas, principalmente no gênero ABC, tendo publicado O ABC do MOBRAL, dos Tubarões, do Consumidor e outros de cunho político e social. No gênero romance, um dos destaques do seu trabalho é “€œA lida de Conrado e a Honradez Sertaneja”, que foi ampliado de 16 para 32 páginas pelo poeta Arievaldo Viana.

Habitante de um dos maiores centros religiosos do Nordeste, já escreveu diversos folhetos tendo São Francisco das Chagas de Canindé como tema principal. É citado em artigo da escritora francesa Sylvie Deb’s, publicado na revista Latitude, da Universidade de Sorbonne. Também já teve a sua obra pesquisada por outra francesa, Martine Kunz, que reside atualmente em Fortaleza. É também conhecido como Gonzaga Vieira ou Gonzaga de Canindé.

O corpo de Gonzaga foi velado na Associação dos artesãos de Arte e Cultura de Canindé. Já o enterro aconteceu no Cemitério São Miguel.



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