quinta-feira, 12 de janeiro de 2017

Canindé comemora Bicentenário da Paróquia de São Francisco das Chagas

No próximo domingo, 15, de janeiro, o Santuário de Canindé inicia as comemorações dos 200 anos da criação da Paróquia de São Francisco das Chagas. O início das festividades do Bicentenário será marcado com a celebração de missas alusivas a data, com destaque para uma celebração que acontecerá na Quadra da Gruta de Nossa Senhora de Lurdes, por trás da Basílica de São Francisco, no Centro da cidade, e será presidida pelo Pároco e Reitor Frei Marconi Lins, às 18 horas.

A celebração comemorativa terá a presença de frades da Custódia de São Benedito da Amazônia (Santarém), da Província de Nossa Senhora da Assunção de Bacabal no Maranhão e Província de Santo Antônio do Brasil em Recife – Pernambuco que se encontram em Canindé participando de um curso inter provincial de franciscanismo.

CRIAÇÃO DA PARÓQUIA
As aspirações dos canindeenses, já por todo esse tempo, visavam a criação da paróquia de São Francisco, visto que o Pe. Vieira não podia satisfazer plenamente o seu sagrado ministério. Um requerimento, despachado neste sentido, antes de 1800, perdeu-se. 

Em 1801, os principais fazendeiros e outros moradores da zona encaminharam outra petição expondo a triste situação religiosa dos sertões canindeenses, lamentando a pouca diligência do vigário de S. José de Ribamar em atender às necessidades espirituais de seus paroquianos distantes e solicitando a criação de nova freguesia com a matriz de São Francisco das Chagas.

O vigário de S. José, Pe. Cláudio Álvares da Costa, consultado a respeito, tentou desfazer os motivos alegados, caindo porém nos mesmos exageros de seus acusadores; pois o parecer escrito pelo Visitador eclesiástico, Pe. José Pereira de Castro e dirigido ao Governador da diocese de Olinda, apoiava, em parte, as queixas apresentadas pelos canindeenses. Entretanto o Governador da diocese deixou de ateneer ao requerimento por esperar com brevidade o novo Bispo de Olinda.

Não consta ter havido outras tentativas no intuito de se obter a criação da nova paróquia até 1816, após a gestão do Pe. Francisco de Paula Barros, o qual, em 1813, fora empossado tão-somente como capelão e não como administrador do patrimônio, tendo deixado o cargo em dezembro de 1815, para se retirar às ribeiras do Banabuiú; foi substituído em Canindé pelo Pe. Rodrigo José de Melo.

Foi em 1816, que os canindeenses tornaram a requerer ao governo a graça solicitada em 1801. Apoiados que se viram desta vez pelo Capitão-mor Antônio José Moreira Gomes, pelo Governador do Ceará, Manuel Inácio de Sampaio, alegando este o recente aumento da população, e especialmente pelo Pe. Francisco de Paula Barros, o qual foi incumbido pela população de defende-lhes os interesses na corte do Rio de Janeiro. Com efeito, em fins de julho, seguiu o ex-capelão de Canindé para Olinda e reunidos na cúria diocesana os documentos necessários, partiu em agosto para o Rio, onde não só encaminhou o processo de fundação da freguesia de São Francisco, mas também o de sua colação como vigário, prestando, para esse fim, o costumeiro concurso, aos 28-1-1818.

Desta vez, o resultado não se fez esperar; pois, obtida a 1-8-1817, a confirmação do Governador da diocese de Olinda, foi desmembrada da freguesia de S. José a de São Francisco das Chagas e elevado à categoria de Matriz o Santuário do mesmo taumaturgo em Canindé. Aos 30 de outubro de 1817, o respectivo alvará régio recebeu a assinatura de Dom João VI no Rio de Janeiro.

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