Médicos lotados na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) deste Município paralisaram as atividades desde o início desta semana devido a atraso no pagamento. O impasse acomete 18 profissionais que alegam estar sem receber os ordenados desde março. Todos aderiram à greve.
De acordo com Leonardo Viana, médico e representante da equipe médica da UPA de Canindé, a categoria comunicou o posicionamento à prefeitura, através de carta, na sexta-feira (1º) passada e na última segunda (4) já não estavam mais atendendo a população. Ele afirma que a coordenação da unidade alega que o atraso ocorre devido a problemas financeiros de outras gestões. “A justificativa é que era uma dívida de outra gestão e que eles iriam regularizar, e a gente foi acreditando que eles iriam pagar. Mas até agora, nada”, diz. O dinheiro seria usado também para equipar o local. Mas desde então a situação não se resolveu, segundo ele afirma. “A gente foi acreditando que eles iriam pagar sempre no mês seguinte, fomos deixando para ver se eles usavam o dinheiro para melhorar as coisas. Mas chegou um momento que não dá mais. Não dá pra negociar salário”, fala Leonardo.
O prefeito Celso Crisóstomo afirmou que entre março e maio uma decisão judicial o impediu de fazer contratos e pagamentos. Em junho, em uma audiência na justiça, ele disse contornar a situação e, assim, conseguir pagar os atrasados. “Com os médicos nos iríamos pagar os meses recentes e o mês de março fazer uma espécie de parcelamento. Eles aceitaram, a princípio, mas depois recusaram”. O gestor explicou que os meses de abril e maio já foram pagos e aguarda resolver a questão ainda essa semana. “Pagamos mais um mês na última terça-feira (5) e até sexta (8) pagamos outro e regularizamos tudo”.
Celso explica que houve uma queda no valor que é repassado do Ministério da Saúde na ordem de R$ 400 mil, o que, segundo ele, contribuiu para dificultar a realização dos pagamentos. “Temos feito todo o esforço para regularizar a situação mas não dá para fazer tudo, até porque existe uma mudança no fluxo de caixa do ministério com as prefeituras”. Em nota, o ministério disse que os repasses “estão regulares, sendo que o último pagamento foi efetuado em 8 de junho. A pasta repassa mensalmente R$ 170 mil ao Fundo Estadual de Saúde do Ceará, responsável pela gestão deste equipamento”.
O Sindicato dos Médicos do Ceará defendeu em nota a classe de médicos lotados na UPA de Canindé. O Sindicato repudiou o tratamento dado aos profissionais e solicitou tratamento respeitoso aos médicos, além do devido pagamento.
Fonte: Diário do Nordeste
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