sexta-feira, 19 de fevereiro de 2010


Ir pra Caixa todo dia que agonia

O artigo de hoje terá uma mudança no seu foco devido aos apelos sobre esse assunto. Sairemos dos assuntos internacionais para falarmos da Caixa Econômica, sede Canindé. Minhas recordações saudosistas me fazem recordar o programa do humorista Renato Aragão, o conhecido Didi. Este em vários episódios cantava “lavar roupa todo dia que agonia...”. Didi, em muitas ocasiões, utilizava-se da leveza do lúdico e da sátira para criticar determinadas situações que afligem os brasileiros. Com certeza, se o humorista visitasse a Caixa Econômica de Canindé, este mudaria a expressão da sua música e cantaria “ir pra Caixa todo dia que agonia”.

O que acontece em Canindé, nesses dias, com a população que precisa utilizar o principal banco da cidade é uma falta de respeito. Filas enormes, espaço reduzido, complexidade de atributos angariados pela Caixa no qual ela não consegue suprir, etc. E quem sofre com isso? Sofre o agricultor, o professor, o estudante, ou seja, a população de Canindé. Às vezes me pergunto: onde está o ministério público, onde está o DECON, onde esta a fiscalização perante um péssimo atendimento, onde estão os direitos humanos? Você pode perguntar: direitos humanos, Neto? Sim, o que acontece na Caixa é um desrespeito aos princípios humanos. Vejo aposentados cansados, horas na fila, calor insuportável, com máquinas que muitas vezes não realizam suas atividades corretamente. Somente em algumas podemos sacar dinheiro, e quando não conseguimos, pegamos outra fila insuportável no caixa rápido. Isso sem citar o setor interno da Caixa. Nos caixas com atendentes, lá mesmo que o desespero da fila infinita é grande.

Lembro-me de quando eu era pequeno meu avô crivava gado. Em determinados dias, meu avô colocava os gados apertadinhos no curral para se alimentarem em caixas de cimento onde ficava a ração. Qual a diferença do gado do meu avô para as pessoas que estão na Caixa Econômica? A diferença é que o gado era tratado de uma maneira mais humana. É verdade que ambos ficam apertados em um lugar pequeno, todavia todo gado conseguia se alimentar e em toda caixa de cimento havia ração. No banco de Canindé, nem todo mundo consegue realizar seus objetivos e na maioria das vezes não há dinheiro nos caixas eletrônicos, diferente das caixas de cimento do meu avô, onde sempre havia ração para o gado.

É dever da população de Canindé protestar por um serviço mais digno, somos consumidores e como diz o ditado “o cliente tem sempre razão”. Resta só alguém colocar isso na cabeça dos responsáveis pela Caixa de Canindé para que possamos ter um atendimento que todo canindeense merece.

A Caixa Econômica Federal já é um problema. Um banco que se diz social, para camadas mais pobres, deveria começar a repassar um bom exemplo não assassinando o português brasileiro nos seus slogans: “Vem pra caixa você também vem”. Isso é ridículo. Será que nenhum marqueteiro da Caixa conhece a gramática? Não conhece a conjugação do imperativo afirmativo: “VEM pra caixa TU também” ou “VENHA pra caixa VOCÊ também”. Para um Brasil ainda estigmatizado pelo analfabetismo, o banco do social deveria dá um melhor exemplo, não envergonhando os brasileiros e quanto ao atendimento, a Caixa Econômica de Canindé também dá mau exemplo, humilhando os canindeenses. E os canindeenses não desejam muita coisa, simplesmente um atendimento digno e eficaz, como todo mundo merece.

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