quarta-feira, 13 de janeiro de 2010

Pobreza extrema pode acabar no Brasil em 2016

Se os avanços econômicos e sociais obtidos nos últimos cinco anos se mantiverem, o Brasil pode erradicar a pobreza extrema em 2016, segundo estudo realizado pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) – fundação ligada à Secretaria de Assuntos Estratégicos da Presidência da República – divulgado ontem.
Entre 2003 e 2008, o País experimentou o seu mais rápido ritmo de redução da carência. A chamada pobreza extrema, categoria na qual se enquadram indivíduos que ganham até um quarto de salário mínimo por mês (atualmente, R$ 127,50), caiu 2,1% ao ano, enquanto a pobreza absoluta, que engloba pessoas que recebem até meio salário mínimo (R$ 255), recuou a uma taxa de 3,1% ao ano. A desigualdade de renda diminuiu 0,7% ao ano.
Nesse passo, pelas estimativas do Ipea, a parcela da população considerada miserável – na qual ainda há quem morra de fome – passaria dos 10,5% observados em 2008 para praticamente zero. A faixa dos bastante necessitados diminuiria de 28,8% para 4%. “São índices comparáveis aos das nações ricas, que já resolveram esse problema na primeira metade do século passado“, disse Marcio Pochmann, presidente do instituto.
No entanto, ponderam analistas, é arriscado imaginar que os progressos e as condições favoráveis vividos recentemente pelo Brasil vão se repetir com a mesma intensidade daqui para a frente. “As condições que propiciaram esse forte desenvolvimento foram excepcionais, não dá para assegurar que se reproduzirão“, afirma Samir Cury, professor da Fundação Getulio Vargas (FGV) e especialista em desigualdade. Entre tais fatores, destacam-se o crescimento econômico, a estabilidade monetária e as políticas públicas, tanto as realizações nas áreas de saúde e educação quanto os programas assistenciais de distribuição de renda.
Para acelerar a eliminação da pobreza e o estreitamento do abismo social, Pochmann defende a coordenação de políticas entre a administração federal, os Estados e municípios e a reforma tributária. “Quem mais reclama no país é quem é menos atingido: a camada mais alta, que sabe o que está desembolsando porque paga impostos sobre propriedade, como o de veículos e o de imóveis“, comentou.
(Folhapress)

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